Para onde vai essa condução?



O passeio pelos sonhos egoístas nos revelam a propagação do erro, já orientado pelos teopoetas de ontem. Estamos presos a imagens oníricas de personagens, que já perderam seus lares no desassossego do preenchimento deste vazio criado por tais fantasias.
Desde a revolução agrícola somos reféns da colheita, do esperar o amanhã, de pensar que talvez nossa produção seja protegida, que controlaremos nossas propriedades da invasão de outro clã que possa se apossar de nossas estruturas.
Mas a natureza não nos impõe nada, somos nós que colocamos códigos de barras em seus frutos, chamamos de nossos e criamos produtos que se fazem necessidades com o passar dos anos de sofisticação da nossa alienação.
Não questionamos a respeito de nossos novos órgãos tecnológicos, os aparatos que cabem em nossos bolsos, ou malas, extensões de nossos anseios e conexões com o virtual. Perdidos nessa luta na busca de satisfazer nossos impulsos primitivos de estarmos saciados, acabamos por nos limitar como sujeitos em simulação.
Criamos necessidades patológicas, damos caráter de entidade a transtornos mentais que qualificam o sujeito como sindrômico e não mais indivíduo. Dominamos massas e grupos em proporções de bilhão, onde tais sujeitos são responsáveis por manter um fomento econômico em tal gueto hegemônico, capaz de manter uma normalidade e passividade dentro dos mecanismos de controle, aqueles mesmos que eram condenados como vícios pelo homem austero, disciplinado e virtuoso.
Acabamos por continuar incentivando as diferenças, criamos leis que defendem o direito e não a justiça, fazemos a dicotomia entre melhor adaptado e pior adaptado, damos instrumentos de competição para acirrarmos as diferenças, encorajando a normalidade de tais comportamentos.
Não eximo a responsabilidade do sujeito adquirir sua maioridade, muito menos sua maturidade, mas os preceitos éticos de que faça o que qualquer um, em qualquer lugar e em qualquer tempo faria sem prejudicar ao outro, acaba por ser esquecida. Ou então considerada muito antiquada para modernidade. Mas acredito que as relações humanas são a chave para o desenvolvimento individual.
Precisamos ser peripatéticos, buscar amadurecer nossa humanidade, buscar nos libertarmos como homens, dessa escravidão que somos aprisionados. Encontrar forças para compreender, que somos ideologicamente vendados para que assim continuemos a influenciar que a dominação ocorra. Precisamos parar de nos dividir em guetos, precisamos nos comportar como espécie e não como raça. Que não façamos reféns nossos semelhantes, e que busquemos utilizar esse nosso tal conhecimento científico em prol da humanidade. Não como apenas mais um modo de explorar, as nossas, debilidades humanas.

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