E, existe o progresso?
Sofisticação palavra de origem
latina oriunda do velho saber grego, que por ser suposto de retoricas construídas
ao infinito, para o triunfo da batalha verbal, se fez assumir um caráter de
desprezo. É nela que hoje nos baseamos, nossa ideologia clerical mudou, a ciência
nos assume num niilismo categórico, rumo ao prazer comunitário, no futuro próximo
e cada vez mais distante, mediante essa assunção da técnica e criação do
desejo, que reconforta o sujeito cada vez mais em sua idiossincrasia.
A forma singular, do sujeito que
vive em sociedade, não representa mais o coletivo, onde seus desejos, que
distinguem de necessidades, por serem criados com base no fomento do sistema econômico
em regência, coloca de forma clara que o que para ele de fato interessa, é
aquilo que o reconfortaria dentro de sua vivência em extinção. Seria então a propagação
dos momentos satisfatórios que colocariam a técnica em nosso bel prazer, suprimindo-nos
daquilo que nos desconforta, daquilo que é natural?
É evidente a reprodução da vida solitária
confortável, na evitação do confronto das naturalidades do mundo que se
apresenta, pois mediante a sofisticação podemos cada vez ir mais distante, rumo
ao infinito, porém de uma forma onde somente, como numa competição do mais
sedutor discurso retórico, o resultado será um vencedor.
O paralelo traçado pelo sonho dos
preguiçosos nos leva a viagens cada vez mais distantes e possíveis. Que
implicam claramente num pensar atrelado a necessidade de tais percursos. Seriam
de cunho social, ou apenas para não deixar que a brasa do prazer apague. O
enfrentamento da realidade, com os recursos que nos perfazem impedem que os
homens aproveitem a forma mais fantástica de experiência. A vivência coletiva
com todas suas adversidades. Viver pela polis do presente, com aquilo que se
apresenta.
Pensar em atrelar a palavra
progresso em vontades hedonistas, que nos aproximam cada vez mais de sonhos megalomaníacos,
não faz jus aos significados que atrelaram a palavra humanidade. Talvez exista
progresso sim, em todas as técnicas que o homem tem, pois ele é um hábil produtor
de ferramentas, produtor de instrumentos, produtor de abstrações em
materialidade, um grande observador e experimentador, realmente é um animal técnico.
Mas quando pensamos em humanidade, talvez nesse critério o mais próximo de que
alguns homens vão chegar de si mesmo é através do reflexo do espelho.
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