E como dissuadir um desejo?


A sensualidade nos acomete em cenários instantâneos os quais dão ar a fantasia e essa como combustível acaba por fomentar desejos que não nos são necessários.
O investimento afetivo, direcionado em tamanha ocasião relativa aos sentidos imediatos, pode ser desde a temperatura do momento, o toque do vento em nossa pele, a cena enquadrada em nosso olhar, o odor inalado pelas nossas narinas, o som percebido por nossas orelhas, o sabor desfrutado por nossa língua, seja qual for a forma de sensação que pudermos obter irá nos conferir um direcionamento que por um instante parece ser o sobrenatural da nossa existência. E acaba por potencializar nosso pensar relativo as experiencias as quais já foram vividas, sentido relativo as experiencias com juízos de agradável ou desagradável, ora desencadeiam em cenas que gostariam que fossem, igualmente valoradas na condição afetiva.
Assim nos deixamos levar a impulsos, sejam objetos, lugares e pessoas que nos ludibriam da necessidade. Por fomentarem o desejo relativo ao corpo que habitamos. Corpo esse necessário de contato e acaba por nos interromper de questionar o porquê da atitude, em troca de um toque especial dos nossos sentidos a serem convertidos em pensamentos para o significado que propomos aquele momento. Pode ser a sensação imagética que acaba invariavelmente por atrapalhar a ordem pragmática das necessidades constantes relativas a sobrevivência.


Dissuadimos um desejo ao configurar um questionamento relativo aquilo que ansiamos, seja ele convincente com nossas necessidades, condizente com nossa humanidade e relativo ao bem social. Se aquilo que por instante nos acomete por um turbilhão de sentir, é imprescindível para a ética a qual adotamos como seres civilizados, se a atitude ordenada é básica com a vitalidade do ser e se é preciso continuar a adotar tais medidas.

Caso não nos questionemos perante aquilo que nos toca, não podemos discernir, compreender, assimilar e focar na melhor decisão possível dentro de nossas subjetividades para o convívio em harmonia com nosso próximo. Pois acabamos por nos desrespeitar a entrar no desfreio da ânsia do desejo que acaba por desarmonizar a nossa relação com o outro. Pois entramos em conflitos para fomentar a idiossincrasia relativa ao sentir a qual não selecionamos e direcionamos o pensar em atribuir uma característica do que é indispensável quanto espécie.

Eventualmente se não nos indagarmos para dissuadir aquilo que nos aparece de relance daquilo que é valoroso, acabamos invariavelmente recaindo no conflito de que o desejo é algo de bom a ser investido e nos afastamos da relação com o outro sujeito, pois esquecemos de que dentro da cadeia ecológica o mundo é perpetuado por vida.

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