Escrevendo


Presente, momento que passa despercebido pelo fluxo constituído pela sofisticação. Acaba-se por subtrair do homem a qualidade de se integrar com a realidade que se apresenta, estando unificado com aquilo que se executa, de uma forma a não indagar a questão interligada com a atitude desempenhada, naquele instante.
O que impede o homem de se conectar com sua própria consciência? Seriam as conexões laterais a ele, que o impossibilitam de perceber, que o que faz não necessita de outra dimensão. Não é atrelado a qualidade temporal cronológica, que ele com medo atribui a sua existência. Talvez se não contextualizasse características de razão a atividades exteriores, com cunho de passado ou futuro, ou assimilações que desvirtuam com que atinja o que esta para agir, assim o fizesse não se estabelecer como sujeito alheio a si mesmo.
Incorporar o presente talvez seja a atividade mais complexa que um ser humano pode realizar, pois seria sua natureza definida por aquele instante que o que faz é a comunhão da organização de si, transformando assim o sujeito no ato e o ato na essência de sua qualidade.
Existe uma relatividade a pensar que o ato é em si algo, pois ao não questionar agiria em tranquilidade com aquilo que se apresenta, sem indagar que talvez algo fosse exterior de uma qualidade negativa ou positiva. Pois, talvez atribuir valores seja uma aspiração de desejo, dum futuro que impede que o presente exista e que realize a atividade para culminar na saúde daquele que vive.
A saúde seria a vontade de coexistir com o outro independente de quem é o outro, pois presente com o alheio a si, possibilitaria aquele que existe assumir sua semelhança, através de enxergar a necessidade do conforto que se proporciona a convivência coletiva. Convivência barrada pela doença, que é o desejo do futuro e do passado, que aprisiona a vontade do presente.
A sofisticação afasta a vontade no ímpeto de promover a ilusão, de algo que se aprimorará com a presciência de que será o suficiente para todos, na doce promoção daqueles que já doentes não conseguem mais se conectar com o presente e que perderam o momento oportuno, vivendo solitários pelo futuro comunitário.

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